quarta-feira, 12 de junho de 2019

PARA QUE SERVEM OS MUSEUS?

A pergunta para que servem os museus pode parecer irrelevante. Afinal todos sabemos que um museu é um equipamento, de natureza cultural que apresenta coleções de objetos. Coleções consideradas relevantes e que devem ser preservadas e visitadas. Implica um espaço seguro e vigiado. Normalmente apresenta uma narrativa para aqueles que o visitam. Será isso para que serve um museu?

A maioria das pessoas quando entra num museu espera encontrar uma coleção e uma história. A maioria também diz que em muitos casos se sentem intimidades com a solenidade do espaço. Não se pode falar alto. Em regra não se pode tocar em nada. Mutos dizem que é um espaço que não tem vida. Há sempre um desejo grande de o visitar rapidamente, para sair para a rua. Parece a muitos que os museus são espaços parados no tempo e muitos perguntam onde é que está a vida do quotidiano.
Um museu apresenta uma narrativa sobre um assunto. Uma história contada pelos objetos colocados em vitrinas, rotulados com etiquetas com informação sobre a autoria, o ano de criação, o material e a técnica usada.
O que é que significa a história num museu. Encontramos normalmente dois tipos de propostas nos museus do nosso tempo. Os museus clássicos, apresentam uma narrativa, construída por um curador, apoiada em objetos apresentados segundo uma ordem, cronológica, por afinidade ou estética. São museus que partem dos objetos que estão dentro e que procuram captar a atenção dos visitantes.
Nos museus participados são os interrogam o mundo onde se inserem. Um museu tem uma determinada função social. Servem a sociedade. Os seus objetivos e valores fundamentais. Nestes museus a preocupação do curador é responder ao pulsar do mundo com os recursos disponíveis. A construção da narrativa é feita em colaboração com a comunidade que participa na escolha dos objetos que decide guardar e conservar. São espaços inclusivos que procuram o que é que a comunidade quer aprender. São espaços de interrogação.
Para fazer este tipo de museus é necessário abrir as portas. Sair para o espaço envolvente e procurar o que é relevante. Saber o que as pessoas querem como representação da sua memória e propor que essas pessoas usem o espaço do museu para criarem atividades relacionadas com os seus patrimônios. São museus que procuram respostas para o pulsar do mundo. São lugares de encontro e descoberta de novos objetos para musealizar. Procuram compreender o território e a cidade como espaço de cidadania. São promotores a ação na comunidade.
A curadoria participativa não é um trabalho fácil. A memória é um campo de confronto social. Em qualquer comunidade há diferentes memórias em disputa. Como espaço de encontro, o museu é uma oportunidade para reconhecer a diversidade e promover a inclusão do outro e da diferença.
No final temos de ter consciência do que sucedeu. Um museu serve para facilitar o modo como olhamos para o mundo, para os outros e para nós mesmos. O sentido dos museus inovadores e propiciar uma consciência sobre o patrimônio que encontramos e como podemos usar isso para fazer coisas novas. O patrimônio não é o que se tem mas o que se pode fazer com ele. Serve para podermos viver melhor e mais felizes.
Os museus são espaços vivos e de inovação. São laboratórios onde podemos experimentar combinação de ideias. É através do encontro que se produz transformação.
Pedro Pereira Leite
Centro de Estudos Sociais Universidade de Coimbra

Exercícios

1-O que esperamos encontrar quanto entramos num museu?
2-O que é que então acontece quando estamos no museu?
3-O que é que significa a história num museu?
4-O que é que deve suceder quando saímos dum museu?

Origem do Cinema / A primeira projeção pública de cinema


Origem do Cinema
A origem do Cinema está associada à invenção do cinematógrafo, no século XIX, um aparelho capaz de capturar “imagens-movimento”.
Resultado de imagem para Acima, o modelo de cinematógrafo patenteado pelos irmãos Lumière
Acima, o modelo de cinematógrafo patenteado pelos irmãos Lumière*

Um dos fenômenos tecnológicos mais impressionantes de nossa história é a capacidade de captação (ou captura) da “imagem-movimento”, isto é, da apreensão de imagens dinâmicas da realidade, e não estáticas, como é o caso da fotografia. A captura da “imagem-movimento” foi possível a partir de 1889 com a criação do cinetoscópio por William Dickson, assistente do cientista e inventor americano Thomas Edison. Esse invento e os modelos que o sucederam na década seguinte contribuíram para o desenvolvimento do cinema tal como o compreendemos hoje, ou seja, a arte cinematográfica.
O cinema, portanto, teve origem no cinetoscópio, que, todavia, não projetava as imagens em telões. O espectador do cinetoscópio tinha de observar (durante um tempo-limite de 15 minutos) as imagens no interior de uma câmara escura por meio de um orifício em que colocava um dos olhos. Nesse sentido, a experiência visual proporcionada pelo cinetoscópio não podia ser feita coletivamente. Edison não chegou a patentear o invento, o que abriu portas para outros inventores, sobretudo da Europa, aperfeiçoarem o modelo.
No ano de 1892, o francês Léon Bouly conseguiu, a partir do cinetoscópio, desenvolver o cinematógrafo, um modelo que conseguia gravar e projetar a luz das imagens-movimento em tela, em quadros por segundo. Contudo, Bouly não possuía dinheiro para registrar a patente do invento. O cinematógrafo acabou por ser patenteado pelos irmãos Lumière, que passaram, a partir de 1895, a fazer várias produções cinematográficas de pequena capacidade e a exibi-las em sessões especiais para isso.
A primeira exibição de filme feito por Auguste e Louis Lumière ocorreu em 22 de março de 1895. O filme era intitulado “La Sortie de L'usine Lumière à Lyon” (A saída da Fábrica Lumière em Lyon) e registrava a saída dos funcionários do interior da empresa Lumière, na cidade de Lyon, na França. Foi ainda com os irmãos Lumière que começaram as primeiras “direções cênicas” para o cinema. O cinematógrafo logo passou a registrar não apenas cenas do cotidiano, mas também cenas dramáticas, elaboradas com certo nível de teatralidade, como bem atesta o sociólogo Edgar Morin na obra “O Cinema, ou O homem imaginário”:
Mas, por sua própria natureza, e desde o seu aparecimento, o cinematógrafo era essencialmente espetáculo: ele exibia suas cenas a espectadores, para espectadores, e implicava assim a teatralidade que ele desenvolveria em seguida através da direção, da mise-en-scène. De resto, os primeiros filmes do cinescópio já apresentavam lutas de boxe, atrações de music-hall e pequenas cenas. O próprio cinematógrafo, desde seu primeiro dia, já mostrava o homem que regava as plantas sendo regado pela mangueira. A 'espetacular idade cênica' aparece assim ao mesmo tempo em que o cinematógrafo.” [1]

Mas seria nas três primeiras décadas do século XX que o cinema afirmar-se-ia enquanto arte. E isso ocorreu, sobretudo pela ação de artistas interessados em teatro, mágicos (e ilusionismo) e todo tipo possível de efeito cênico. Um dos principais nomes dessa fase do cinema foi Georges Meliès, que dirigiu “Viagem à Lua”, em 1902, conseguindo com esse filme efeitos visuais verdadeiramente impressionantes para a época.
Após os filmes de Meliès, surgiram as produções de D. W. Griffith, nos Estados Unidos, as do expressionismo e do “Movimento de Câmera”, na Alemanha, do surrealismo, na Espanha, e o cinema soviético, sobretudo com nomes como Vertov e Eisenstein.
[1] MORIN, Edgar. O cinema, ou O Homem Imaginário – Ensaio de Antropologia Sociológica. (trad. Luciano Loprete). São Paulo: É Realizações, 2014. p. 69-70.

A primeira projeção pública de cinema
O primeiro filme da história foi exibido em 28 de dezembro de 1895, na cidade de Lyon, na França, com uma produção dos irmãos Lumiére
 Resultado de imagem para Acima, o modelo de cinematógrafo patenteado pelos irmãos Lumière

Os espectadores ficaram assustados, com medo de serem atropelados pelo trem na tela de projeção (Foto: Youtube).
No dia 28 de dezembro de 1895, foi exibido na sala Eden, na cidade de Lyon, na França, o primeiro filme do mundo, “Arrivé d’um train em gare à La Ciotat” (“Chegada de um trem à estação da Ciotat”), uma produção dos irmãos Lumiére, Louis e August.
O filme, de pouco menos de um minuto de duração, acompanha como o título sugere a chegada de um trem á estação Ciotát e o embarque e desembarque de alguns passageiros.
Já que se tratava do primeiro filme da história, a plateia reagiu de forma curiosa: como não tinham noção do que era um filme, muitos se assustaram, correndo para “sair do caminho” do trem quando este se aproxima, com medo de serem atropeladas.
Louis e Auguste eram filhos e empregados do fotógrafo e fabricante de películas Antoine Lumière, dono da Fábrica Lumiére, em Lyon. Ao se aposentar, Antoine deixou a fábrica para os filhos, incluindo seu cinematógrafo, uma máquina de filmar e projetar. O invento lhe foi atribuído, mas, na verdade, foi desenvolvido por León Bouly, em 1892.
León perdeu a patente da máquina, e os irmãos Lumiére a registraram novamente em fevereiro de 1895.



domingo, 28 de abril de 2019

Quem é quem no teatro



Quem é quem no teatro

 São vários os profissionais envolvidos para que os espectadores apreciem um espetáculo teatral. Quando os atores e as atrizes entram no palco, muito trabalho teve início antes da apresentação.

Tudo começa com a escolha do texto que será encenado, pois ele faz parte do espetáculo e nasce do trabalho do autor, do dramaturgo.

O produtor teatral cuida de tudo o que será necessário para que a peça se concretize: contratação dos atores e da equipe técnica, patrocínio, data e local para a apresentação, divulgação, entre outras atividades.

Um espetáculo precisa também de um diretor, conhecido como encenador. É ele quem seleciona os atores, faz algumas adaptações no texto, decide sobre trilhas sonoras, figurinos, cenários, dirige os atores, participa dos ensaios, enfim, cuida para que todas essas partes formem um verdadeiro espetáculo.

O cenógrafo cuida do cenário, o recurso pelo qual a plateia será transportada para a época e o local onde as cenas acontecem.
 O figurinista cria figurinos e veste os atores. Cada detalhe das roupas deve corresponder ao texto, à época, aos costumes e aos fatos da história.

O iluminador cria o ambiente propício e necessário às cenas, com luzes e sombras. Assim, é possível saber se a cena acontece durante o dia, à noite ou de madrugada; se o ambiente é triste, pesado ou mais alegre, descontraído. De acordo com as orientações do diretor, esse profissional dirige o foco de luz para algum personagem ou objeto, em determinada cena, chamando a atenção da plateia para o que acontece ali.

O sonoplasta cuida dos sons necessários para que o desenrolar da peça ganhe impacto, solenidade, ternura, melancolia, enfim, o “clima” sugerido em cada cena. Além disso, esses sons colaboram para que a plateia perceba se a cena acontece em um centro urbano, com chuva, em uma guerra, no século passado, em outro país etc.

O maquiador garante que os atores e as atrizes tenham a aparência adequada para que os personagens ganhem veracidade, ou seja, para que se pareçam o máximo possível com os personagens retratados, transmitindo autenticidade.

Também são necessários carpinteiros, costureiras e ajudantes gerais. Bilheteiros cuidam das vendas dos ingressos, e porteiros, da recepção do público. Nos bastidores, outros profissionais estão envolvidos com a organização dos espaços nos quais os atores se preparam. Fotógrafos garantem o registro do espetáculo para sua divulgação. Como você pôde verificar, são vários os profissionais responsáveis pelo ato de transformar a ideia do autor em um espetáculo.

Atividade

Teatro e trabalho

Tomando como base o texto Quem é quem no teatro, responda às seguintes questões:

 1 Qual das profissões relacionadas ao teatro você escolheria? Por quê?

 2 Imagine que você é um produtor teatral que vai produzir um espetáculo na cidade onde vive. Quais são suas principais funções para fazer o espetáculo acontecer?

3 Se você fosse ator ou atriz, qual personagem gostaria de representar? Por quê?

4 Você é o autor, o dramaturgo. Sobre o que gostaria de escrever? Por quê?

5 Ajude uma peça de teatro a ser um sucesso! Em seu caderno, faça um cartaz de divulgação dessa peça, não se esquecendo de indicar o local, a data e o horário da apresentação, para que a comunicação seja a mais completa e precisa possível.

Teatro: o início


Ruínas de um teatro grego

Máscaras do teatro gregoMáscaras do teatro grego

 A história do teatro no Ocidente tem origem na Antiguidade, mais precisamente na Grécia Antiga.

Nessa época, o teatro era apresentado ao ar livre, em grandes arenas, e os atores usavam máscaras com expressões de tristeza, alegria,7 maldade, bem definidas para que a plateia, que assistia de longe, pudesse ter uma boa visão e identificar o personagem.

 Foi em Atenas, na Grécia dos séculos V e VI a.C., que se consagraram os primeiros autores de tragédias gregas: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes. Os temas de suas peças eram, geralmente, as vitórias gregas nas batalhas contra outros povos, a mitologia, a exaltação aos deuses, as histórias do dia a dia, as questões políticas, entre outros.

No teatro, destacam-se dois grandes gêneros, ou seja, formas de produção teatral consideradas clássicas: a comédia e a tragédia. Essa divisão está presente na obra A poética, do filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.), que trata da poesia, da arte e do teatro no Ocidente. Na comédia, a intenção é provocar risos. A essência desse gênero possui caráter cômico, com críticas aos costumes, à vida social, à política, e tem como tema o cotidiano.

Já no gênero tragédia, o sentimento mais presente é a tristeza, os conflitos diversos, as histórias sentimentais e infelizes, as discórdias, as guerras, as desavenças. Caracteriza-se, muitas vezes, pela representação de um tema triste, complexo, desafiador. Atualmente, existem outros gêneros, entre eles o auto, a farsa, o melodrama e a tragicomédia. Aqui, entretanto, o foco são os gêneros clássicos.

 Até hoje as tragédias gregas são encenadas e causam grande impacto na plateia. As comédias, ainda que escritas para provocar o riso, já apresentavam denúncias ou críticas aos costumes da época.

 Desde sua origem até os dias de hoje, muitas mudanças aconteceram na linguagem teatral. Por exemplo, atualmente, as peças são interpretadas em diferentes espaços cênicos, os atores não utilizam máscaras com a mesma frequência que os antigos gregos e os teatros não são mais construídos no formato de arena, apesar de ainda existirem os que se aproximam desse modelo.

 Dois dramaturgos que marcaram diferentes épocas

No teatro, muitos dramaturgos ficaram conhecidos mundialmente. Um dos mais famosos é William Shakespeare (1564-1616). Você conhece a história de amor de Romeu e Julieta? Ela é uma das criações desse grande nome da dramaturgia do mundo ocidental. Hamlet, Sonho de uma noite de verão, Otelo e A megera domada são outras de suas obras, as quais são apresentadas até hoje, com grande sucesso.

 “Ser ou não ser, eis a questão” é uma frase famosa da peça Hamlet, escrita, possivelmente, entre 1600 e 1602. Ela conta o desespero e o desejo de vingança do príncipe Hamlet ao saber que seu pai, o rei, foi assassinado pelo irmão – portanto, tio de Hamlet –, que se casa com a mãe dele para ficar com o trono.

 Um dos grandes dramaturgos brasileiros foi Nelson Rodrigues (1912-1980). Ele começou a carreira de jornalista aos 13 anos, como repórter policial no jornal A manhã, fundado por seu pai em 1925. Boa parte de sua inspiração para escrever peças a respeito da sociedade talvez tenha surgido por causa dessa experiência.
 Nelson Rodrigues era realista em seus textos e criticava a sociedade e suas instituições, principalmente o casamento. A mulher sem pecado foi sua primeira peça teatral, escrita em 1941. Ele teve bastante dificuldade de encená-la, pois nenhum ator, diretor ou produtor a quem recorreu se interessou pelo texto, porque era  pesado e violento, diferentemente das chanchadas de sucesso da época. A peça ficou engavetada por um ano e quatro meses. Quando, por fim, foi encenada, nada aconteceu, nem aplausos nem vaias. Já Vestido de noiva, de 1943, foi marco da modernidade do teatro brasileiro.

CHANCHADA

 Gênero cinematográfico no qual predomina o humor de linguagem simples e temas cotidianos. Teve seu auge no Brasil entre os anos de 1930 e 1950, com destaque para os comediantes Oscarito e Grande Otelo.


segunda-feira, 22 de abril de 2019

O que é arte?

O que é arte?

5 A arte é uma criação humana com valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia, revolta) que sintetizam as suas emoções, sua história, seus sentimentos e a sua cultura. É um conjunto de procedimentos utilizados para realizar obras, e no qual aplicamos nossos conhecimentos. Apresenta-se sob variadas formas como: a plástica, a música, a escultura, o cinema, o teatro, a dança, a arquitetura etc. Pode ser vista ou percebida pelo homem de três maneiras: visualizadas, ouvidas ou mistas (audiovisuais). Atualmente alguns tipos de arte permitem que o apreciador participe da obra. O artista precisa da arte e da técnica para se comunicar.


 Quem faz arte?  

O homem criou objetos para satisfazer as suas necessidades práticas, como as ferramentas para cavar a terra e os utensílios de cozinha. Outros objetos são criados por serem interessantes ou possuírem um caráter instrutivo. O homem cria a arte como meio de vida, para que o mundo saiba o que pensa, para divulgar as suas crenças (ou as de outros), para estimular e distrair a si mesmo e aos outros, para explorar novas formas de olhar e interpretar objetos e cenas. 


 Por que o mundo necessita de arte?

  Porque fazemos arte e para que a usamos é aquilo que chamamos de função da arte que pode ser feita para decorar o mundo, para espelhar o nosso mundo (naturalista), para ajudar no dia-a-dia (utilitária), para explicar e descrever a história, para ser usada na cura doenças e para ajuda a explorar o mundo. Para descrever a função da arte e daquele que é responsável por repassar tais conhecimentos Eduardo Galeano 1consegue de forma poética descrever esta necessidade                                              
“ função da arte”

Diego não conhecia o mar
O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar.  Viajaram para o Sul.  Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.  Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.  E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:   Me ajuda a olhar!.                                                            1 Eduardo Hughes Galeano (Montevidéu, 3 de setembro de 1940)   jornalista e escritor uruguaio. 


Como entendemos  a  arte?

 O que  vemos  quando  admiramos  uma  arte  depende  da  nossa  experiência  e conhecimentos,  da  nossa  disposição  no  momento,  imaginação  e  daquilo  que  o artista  pretendeu  mostrar. O que  é estilo? 

 Por  que  rotulamos  os  estilos  de  arte?

 Estilo  é  como  o  trabalho  se  mostra,  depois  do  artista  ter  tomado  suas  decisões. Cada  artista  possui  um  estilo  único. Imagine  se  todas  as  peças  de  arte  feitas    até    hoje  fossem  expostas  numa    sala gigantesca.  Nunca  conseguiríamos  ver  quem    fez  o  quê,  quando  e    como.        Os artistas  e  as  pessoas  que  registram  as  mudanças  na  forma  de  se  fazer  arte,  no caso  os  críticos  e  historiadores,  costumam  classificá-las  por  categorias  e  rotulálas.  É  um  procedimento  comum  na  arte  ocidental. Neste  contexto  decidimos  para  um  entendimento  mais  concreto  relacionado aos  diversos  segmentos    a  serem  apresentados,  um  cronograma    com  algumas das  principais  manifestações  artísticas  a  contar  da  arte  pré  histórica  findando na    contemporânea  relacionando  os  fatos  sociais  que  levaram  a  tais  “objetos”  e ou  pensamentos  artísticos.  Esta  linha  a  ser  demarcada  é  puramente  imaginária se  percebermos  que  fatos  históricos  se  complementam,  aglutinam  e  se transformam  da  mesma  forma  a  arte  não  é  criada  e  sim  transformada  e complementada  tornando-a  mais  complexa  a  cada  momento,  pois  a  arte  evolui de  acordo  com  as  necessidades  do  homem. 


Como conseguimos  ver  as  transformações  do  mundo  através  da  arte?

Podemos  verificar  que  tipo  de  arte  foi  feita,  quando,  onde  o  como,  desta maneira  estaremos  dialogando  com  a  obra  de  arte,  e  assim  podemos  entender as  mudanças  que  o  mundo  teve,  para  podermos  entender  estas transformações  estaremos  nesta  apostila  apresentando  diversos  períodos  da historia  onde  “os  objetos  de  arte”  foram  resultantes  destas  mudanças.   


Na  história,  há  arte ?

 Quando  olhamos  a  nossa  volta,  percebemos  que  estamos  rodeados  por  uma   enorme   Quantidade  de  objetos  seja  em  casa,  no  trabalho,  na  sala  de  aula  ou  nos  mais diversos  lugares.  Se  examinarmos  esses  objetos  nós  iremos  perceber  que todos  foram  feitos  para  uma  determinada  finalidade,  isto  é,  para  uma  função específica     Como  no  caso  dos  utensílios  domésticos,  computador,  celular    etc. Ao  longo  da  historia,  o  homem  produziu  inúmeros  artefatos  para  facilitar  seu trabalho  ou  para  superar  as  limitações  físicas. Essa  atitude  de  criar  instrumentos  e  aperfeiçoá-los  torna  possível  a compreensão  do  processo  civilizatório  pelo  qual  o  homem  vem  passando desde  que  surgiu  sobre  a  terra. Muitos  dos  objetos  expostos  em  museus  fazem  ou  fizeram  parte  da  nossa  vida diária  e  tem  sua  utilidade  evidente:  basta  observar  para  sabermos  para  que servem,  outros  por  serem  mais  complexos,  exigem  que  alguém  informado  nos explique  seu  funcionamento  e  sua  finalidade.  Contudo,  o  ser  humano  também produz  coisas  que  apesar  de  não  terem  uma  utilidade  imediata,  sempre estiveram  presentes  na  vida O  homem  cria  objetos  não  apenas  para  se  servir  utilitariamente  deles,  mas também  para  expressar  seus  sentimentos  diante  da  vida,  mais  ainda  expressar sua  visão  do  momento  histórico  em  que  vive.   “A  arte,  como  reflexo  do  social”   A  arte,  portanto  esta  integrada  na  cultura  de  um  povo,  retratando  elementos  do meio  natural,  sentimentos  religiosos,  fatos  políticos  e  sociais.  


Arte  Rupestre 
  
Imagem relacionada

     Se  conhece  como  arte  rupestre  os  rastros  de  atividade  humana  e  que tem  sido  gravadas  (petróglifos  1)  ou  pintadas  (pictográficos  2)  sobre  superfícies rochosas. Em  sua  passagem  pelo  mundo,  o  homem  tem  desejado  plasmar  em cavernas,  pedras  e  falésias,  inúmeras  representações  de  animais,  plantas, objetos,  cenas    da  vida  cotidiana,  símbolos,  figuras  geométricas  etc.  Obras consideradas  entre  as  mais  antigas  manifestações  da  destreza  e pensamento.(criatividade) Sua  denominação  como  “arte”    não  significa  que  se  trate  de  objetos artísticos  nos  termos  e  com  as  finalidades  que  entendemos  em  nossa  cultura ocidental.  Esta  é  só  mais  uma  das  formas  de  tentar  definir  o  seu    significado. 1  .  petróglifos Tambem conhecidas como grabados  rupestres(gravuras  rupestres), estas  manifestações  foram  elaboradas  ao deferir na superfície rochosa instrumentos  mais  duros.  Para  conseguir isso,  o  homem  pre  histórico  poderia  usar pontas  de  pedra  ou  outros  materiais preparados  especificamente  para  esta finalidade .

Resultado de imagem para petroglifos
Petróglifo em Gobustan, no Azerbaijão.






 As  pictografias  (do  latín  pictum: relativo  a  pintar,  e  do  grego  grapho: traçar)  são  grafismos  realizados  sobre as  rochas  mediante  l  aplicação  de pigmentos. Melhor  conhecida  conhecida como  pintura  rupestre,  se  caracteriza por  utilizar  em  sua  preparação substancias  minerais  (óxidos  de  ferro, mangnesio,  cinábrio  (sulfeto  de mercúrio),  carvão,  argila),  animais (sangre,  ovos,  gorduras)  o  vegetales (gorduras, corantes). Diversas misturas  foram  realizadas  para obtenção  de  pigmentos  que  vão  do  preto  ao  branco  e  uma  variedade  cores como  vermelho,  laranja  e  amarelo.

Resultado de imagem para   pictografías
 Para  que  era  realizada  a  arte  rupestre

 Poderão  ser  muitas  e  as  mais  diversas  razoes  que  tiveram  os  grupos humanos  para  realizar  as  manifestações rupestre pratica e oferendas,  intenções  puramente  estéticas  ou    necessidade  de  ser  um  veiculo de  comunicação  de  saberes,  mitos  etc.

 Questão  de  sobrevivência

 A escultura  primitiva
Resultado de imagem para A escultura  primitiva
 Uma  das  explicações  mais  aceitas  que  tem  nos  últimos  tempos,  é  que  a elaboração  da  arte  rupestre  é  como  um  ato  de  meditação  entre  os  caçadores  e os  «espíritus  dueños  de  los  animales»(senhores  espíritos  dos  animais)  para assim  propiciar  e  assegurar  sua  sobrevivência.  (culto  magico  religioso  afim  de assegurar  uma  caçada  bem  sucedida) As  "Vênus  Esteatopígicas",  esculturas  em  pedra ou  marfim  de  figuras  femininas  estilizadas,  com  formas muito  acentuadas,  são  manifestações  artísticas  das mais  primitivas  do  "Homo  Sapiens"  e  que  demonstram sua  capacidade  de  simbolizar.  A  estas  esculturas  é atribuído  um  sentido  mágico,  propiciatório  da  fertilidade feminina  e  ao  primeiro  registro  de  um  sentimento religioso  ou  de  divindade,  o  qual  convencionou-se denominar  de  Deusa  mãe,  Mãe  Cósmica  ou  Mãe-terra.

 História  da  Arte 

  O retorno  do  “primitivo”

 Até  meados  do  século  XIX  a  sociedade  ocidental  interpretava  as manifestações  plásticas  americanas  e  de  outros  povos  primitivos  como  como mostra  de  desenvolvimento  inferior.  O  segmento  do  padrão  clássico  grego elevava  a  representação  da  figura  de  uma  forma  mais  “evoluída”.   Mas  um  olhar  novo  representaria  a  “redescoberta  de  novo  mundo  plastico”. teve  um  grande  impacto  nas  artes  e  à  reavaliação  da  arte  de  outros  povos,  não tradicional  história  europeia. Isto  é  evidente  na  obra  de  artistas  como  Gauguin,  Picasso,  Paul  Klee  e Miro,  que  inspirou  os  formulários  simplificados  (tais  como  arte  rupestre)  nas tarefas  de  influenciar  significativamente  plásticos  contemporâneos.
Resultado de imagem para Mulher  com  os  braços  levantados  1907              Pablo  Picasso
 Mulher  com  os  braços  levantados  1907              Pablo  Picasso                                                     
Resultado de imagem para Ciphers  and  Constellations,  in  Love   with  a  Woman.  1941    -Joan  Miró.

 Ciphers  and  Constellations,  in  Love   with  a  Woman.  1941    -Joan  Miró.