quarta-feira, 12 de junho de 2019

Origem do Cinema / A primeira projeção pública de cinema


Origem do Cinema
A origem do Cinema está associada à invenção do cinematógrafo, no século XIX, um aparelho capaz de capturar “imagens-movimento”.
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Acima, o modelo de cinematógrafo patenteado pelos irmãos Lumière*

Um dos fenômenos tecnológicos mais impressionantes de nossa história é a capacidade de captação (ou captura) da “imagem-movimento”, isto é, da apreensão de imagens dinâmicas da realidade, e não estáticas, como é o caso da fotografia. A captura da “imagem-movimento” foi possível a partir de 1889 com a criação do cinetoscópio por William Dickson, assistente do cientista e inventor americano Thomas Edison. Esse invento e os modelos que o sucederam na década seguinte contribuíram para o desenvolvimento do cinema tal como o compreendemos hoje, ou seja, a arte cinematográfica.
O cinema, portanto, teve origem no cinetoscópio, que, todavia, não projetava as imagens em telões. O espectador do cinetoscópio tinha de observar (durante um tempo-limite de 15 minutos) as imagens no interior de uma câmara escura por meio de um orifício em que colocava um dos olhos. Nesse sentido, a experiência visual proporcionada pelo cinetoscópio não podia ser feita coletivamente. Edison não chegou a patentear o invento, o que abriu portas para outros inventores, sobretudo da Europa, aperfeiçoarem o modelo.
No ano de 1892, o francês Léon Bouly conseguiu, a partir do cinetoscópio, desenvolver o cinematógrafo, um modelo que conseguia gravar e projetar a luz das imagens-movimento em tela, em quadros por segundo. Contudo, Bouly não possuía dinheiro para registrar a patente do invento. O cinematógrafo acabou por ser patenteado pelos irmãos Lumière, que passaram, a partir de 1895, a fazer várias produções cinematográficas de pequena capacidade e a exibi-las em sessões especiais para isso.
A primeira exibição de filme feito por Auguste e Louis Lumière ocorreu em 22 de março de 1895. O filme era intitulado “La Sortie de L'usine Lumière à Lyon” (A saída da Fábrica Lumière em Lyon) e registrava a saída dos funcionários do interior da empresa Lumière, na cidade de Lyon, na França. Foi ainda com os irmãos Lumière que começaram as primeiras “direções cênicas” para o cinema. O cinematógrafo logo passou a registrar não apenas cenas do cotidiano, mas também cenas dramáticas, elaboradas com certo nível de teatralidade, como bem atesta o sociólogo Edgar Morin na obra “O Cinema, ou O homem imaginário”:
Mas, por sua própria natureza, e desde o seu aparecimento, o cinematógrafo era essencialmente espetáculo: ele exibia suas cenas a espectadores, para espectadores, e implicava assim a teatralidade que ele desenvolveria em seguida através da direção, da mise-en-scène. De resto, os primeiros filmes do cinescópio já apresentavam lutas de boxe, atrações de music-hall e pequenas cenas. O próprio cinematógrafo, desde seu primeiro dia, já mostrava o homem que regava as plantas sendo regado pela mangueira. A 'espetacular idade cênica' aparece assim ao mesmo tempo em que o cinematógrafo.” [1]

Mas seria nas três primeiras décadas do século XX que o cinema afirmar-se-ia enquanto arte. E isso ocorreu, sobretudo pela ação de artistas interessados em teatro, mágicos (e ilusionismo) e todo tipo possível de efeito cênico. Um dos principais nomes dessa fase do cinema foi Georges Meliès, que dirigiu “Viagem à Lua”, em 1902, conseguindo com esse filme efeitos visuais verdadeiramente impressionantes para a época.
Após os filmes de Meliès, surgiram as produções de D. W. Griffith, nos Estados Unidos, as do expressionismo e do “Movimento de Câmera”, na Alemanha, do surrealismo, na Espanha, e o cinema soviético, sobretudo com nomes como Vertov e Eisenstein.
[1] MORIN, Edgar. O cinema, ou O Homem Imaginário – Ensaio de Antropologia Sociológica. (trad. Luciano Loprete). São Paulo: É Realizações, 2014. p. 69-70.

A primeira projeção pública de cinema
O primeiro filme da história foi exibido em 28 de dezembro de 1895, na cidade de Lyon, na França, com uma produção dos irmãos Lumiére
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Os espectadores ficaram assustados, com medo de serem atropelados pelo trem na tela de projeção (Foto: Youtube).
No dia 28 de dezembro de 1895, foi exibido na sala Eden, na cidade de Lyon, na França, o primeiro filme do mundo, “Arrivé d’um train em gare à La Ciotat” (“Chegada de um trem à estação da Ciotat”), uma produção dos irmãos Lumiére, Louis e August.
O filme, de pouco menos de um minuto de duração, acompanha como o título sugere a chegada de um trem á estação Ciotát e o embarque e desembarque de alguns passageiros.
Já que se tratava do primeiro filme da história, a plateia reagiu de forma curiosa: como não tinham noção do que era um filme, muitos se assustaram, correndo para “sair do caminho” do trem quando este se aproxima, com medo de serem atropeladas.
Louis e Auguste eram filhos e empregados do fotógrafo e fabricante de películas Antoine Lumière, dono da Fábrica Lumiére, em Lyon. Ao se aposentar, Antoine deixou a fábrica para os filhos, incluindo seu cinematógrafo, uma máquina de filmar e projetar. O invento lhe foi atribuído, mas, na verdade, foi desenvolvido por León Bouly, em 1892.
León perdeu a patente da máquina, e os irmãos Lumiére a registraram novamente em fevereiro de 1895.



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