Quem é quem no teatro
São vários os
profissionais envolvidos para que os espectadores apreciem um espetáculo
teatral. Quando os atores e as atrizes entram no palco, muito trabalho teve
início antes da apresentação.
Tudo começa com a escolha do texto que será encenado, pois
ele faz parte do espetáculo e nasce do trabalho do autor, do dramaturgo.
O produtor teatral cuida de tudo o que será necessário para
que a peça se concretize: contratação dos atores e da equipe técnica,
patrocínio, data e local para a apresentação, divulgação, entre outras
atividades.
Um espetáculo precisa também de um diretor, conhecido como
encenador. É ele quem seleciona os atores, faz algumas adaptações no texto,
decide sobre trilhas sonoras, figurinos, cenários, dirige os atores, participa
dos ensaios, enfim, cuida para que todas essas partes formem um verdadeiro
espetáculo.
O cenógrafo cuida do cenário, o recurso pelo qual a plateia
será transportada para a época e o local onde as cenas acontecem.
O figurinista cria
figurinos e veste os atores. Cada detalhe das roupas deve corresponder ao
texto, à época, aos costumes e aos fatos da história.
O iluminador cria o ambiente propício e necessário às cenas,
com luzes e sombras. Assim, é possível saber se a cena acontece durante o dia,
à noite ou de madrugada; se o ambiente é triste, pesado ou mais alegre,
descontraído. De acordo com as orientações do diretor, esse profissional dirige
o foco de luz para algum personagem ou objeto, em determinada cena, chamando a
atenção da plateia para o que acontece ali.
O sonoplasta cuida dos sons necessários para que o
desenrolar da peça ganhe impacto, solenidade, ternura, melancolia, enfim, o
“clima” sugerido em cada cena. Além disso, esses sons colaboram para que a
plateia perceba se a cena acontece em um centro urbano, com chuva, em uma
guerra, no século passado, em outro país etc.
O maquiador garante que os atores e as atrizes tenham a
aparência adequada para que os personagens ganhem veracidade, ou seja, para que
se pareçam o máximo possível com os personagens retratados, transmitindo
autenticidade.
Também são necessários carpinteiros, costureiras e ajudantes
gerais. Bilheteiros cuidam das vendas dos ingressos, e porteiros, da recepção
do público. Nos bastidores, outros profissionais estão envolvidos com a
organização dos espaços nos quais os atores se preparam. Fotógrafos garantem o
registro do espetáculo para sua divulgação. Como você pôde verificar, são
vários os profissionais responsáveis pelo ato de transformar a ideia do autor
em um espetáculo.
Atividade
Teatro e trabalho
Tomando como base o texto Quem é quem no teatro, responda às
seguintes questões:
1 Qual das profissões
relacionadas ao teatro você escolheria? Por quê?
2 Imagine que você é
um produtor teatral que vai produzir um espetáculo na cidade onde vive. Quais
são suas principais funções para fazer o espetáculo acontecer?
3 Se você fosse ator ou atriz, qual personagem gostaria de
representar? Por quê?
4 Você é o autor, o dramaturgo. Sobre o que gostaria de
escrever? Por quê?
5 Ajude uma peça de teatro a ser um sucesso! Em seu caderno,
faça um cartaz de divulgação dessa peça, não se esquecendo de indicar o local,
a data e o horário da apresentação, para que a comunicação seja a mais completa
e precisa possível.
Teatro: o início



A história do teatro
no Ocidente tem origem na Antiguidade, mais precisamente na Grécia Antiga.
Nessa época, o teatro era apresentado ao ar livre, em
grandes arenas, e os atores usavam máscaras com expressões de tristeza,
alegria,7 maldade, bem definidas para que a plateia, que assistia de longe,
pudesse ter uma boa visão e identificar o personagem.
Foi em Atenas, na
Grécia dos séculos V e VI a.C., que se consagraram os primeiros autores de
tragédias gregas: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes. Os temas de suas peças eram,
geralmente, as vitórias gregas nas batalhas contra outros povos, a mitologia, a
exaltação aos deuses, as histórias do dia a dia, as questões políticas, entre
outros.
No teatro, destacam-se dois grandes gêneros, ou seja, formas
de produção teatral consideradas clássicas: a comédia e a tragédia. Essa
divisão está presente na obra A poética, do filósofo grego Aristóteles (384-322
a.C.), que trata da poesia, da arte e do teatro no Ocidente. Na comédia, a
intenção é provocar risos. A essência desse gênero possui caráter cômico, com
críticas aos costumes, à vida social, à política, e tem como tema o cotidiano.
Já no gênero tragédia, o sentimento mais presente é a
tristeza, os conflitos diversos, as histórias sentimentais e infelizes, as
discórdias, as guerras, as desavenças. Caracteriza-se, muitas vezes, pela
representação de um tema triste, complexo, desafiador. Atualmente, existem
outros gêneros, entre eles o auto, a farsa, o melodrama e a tragicomédia. Aqui,
entretanto, o foco são os gêneros clássicos.
Até hoje as tragédias
gregas são encenadas e causam grande impacto na plateia. As comédias, ainda que
escritas para provocar o riso, já apresentavam denúncias ou críticas aos
costumes da época.
Desde sua origem até
os dias de hoje, muitas mudanças aconteceram na linguagem teatral. Por exemplo,
atualmente, as peças são interpretadas em diferentes espaços cênicos, os atores
não utilizam máscaras com a mesma frequência que os antigos gregos e os teatros
não são mais construídos no formato de arena, apesar de ainda existirem os que
se aproximam desse modelo.
Dois dramaturgos que marcaram diferentes épocas
No teatro, muitos dramaturgos ficaram conhecidos
mundialmente. Um dos mais famosos é William Shakespeare (1564-1616). Você
conhece a história de amor de Romeu e Julieta? Ela é uma das criações desse
grande nome da dramaturgia do mundo ocidental. Hamlet, Sonho de uma noite de
verão, Otelo e A megera domada são outras de suas obras, as quais são apresentadas
até hoje, com grande sucesso.
“Ser ou não ser, eis
a questão” é uma frase famosa da peça Hamlet, escrita, possivelmente, entre
1600 e 1602. Ela conta o desespero e o desejo de vingança do príncipe Hamlet ao
saber que seu pai, o rei, foi assassinado pelo irmão – portanto, tio de Hamlet
–, que se casa com a mãe dele para ficar com o trono.
Um dos grandes
dramaturgos brasileiros foi Nelson Rodrigues (1912-1980). Ele começou a
carreira de jornalista aos 13 anos, como repórter policial no jornal A manhã,
fundado por seu pai em 1925. Boa parte de sua inspiração para escrever peças a
respeito da sociedade talvez tenha surgido por causa dessa experiência.
Nelson Rodrigues era
realista em seus textos e criticava a sociedade e suas instituições, principalmente
o casamento. A mulher sem pecado foi sua primeira peça teatral, escrita em
1941. Ele teve bastante dificuldade de encená-la, pois nenhum ator, diretor ou
produtor a quem recorreu se interessou pelo texto, porque era pesado e violento, diferentemente das chanchadas de sucesso da época. A peça ficou
engavetada por um ano e quatro meses. Quando, por fim, foi encenada, nada
aconteceu, nem aplausos nem vaias. Já Vestido de noiva, de 1943, foi marco da
modernidade do teatro brasileiro.
CHANCHADA
Gênero cinematográfico
no qual predomina o humor de linguagem simples e temas cotidianos. Teve seu
auge no Brasil entre os anos de 1930 e 1950, com destaque para os comediantes
Oscarito e Grande Otelo.
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