sábado, 2 de novembro de 2013

Onde estão as oportunidades de trabalho agora

Onde estão as oportunidades de trabalho agora

A baixa confiança dos empregadores na economia começa a afetar as contratações. Saiba quais setores reservam as melhores perspectivas para os próximos seis meses

Simone Costa, da 
Silvia Zamboni
Natura
Fábrica da Natura: setor de bens não duráveis diminuiu contratações
São Paulo - Em agosto, a previsão de crescimento da economia brasileira foi reduzida para 2,2%, revelou o boletim Focus, do Banco Central. Nem mesmo o alívio trazido pelo crescimento de 1,5% do PIB no segundo trimestre foi suficiente para aumentar o otimismo dos economistas.
"Mesmo com a Copa do Mundo e a agenda de concessões do governo federal, há uma revisão do PIB para baixo", diz Alessandra Ribeiro, sócia da consultoria Tendências. "Não só por causa de nosso cenário mas também por questões internacionais, como a política monetária americana", explica. 
A balança comercial brasileira teve em julho seu pior desempenho dos últimos 20 anos. O déficit de 1,9 bilhão de dólares foi causado principalmente pela baixa produção da Petrobras, que tem forçado o país a importar petróleo e derivados. Já a inflação, apesar da alta de mero 0,03% em julho, deve fechar 2013 em torno de 6%, quase 2 pontos percentuais acima da meta.
O quadro pessimista da economia já começa a afetar o ânimo dos empregadores, que reduziram o ritmo de contratações. As admissões formais caíram 21,2% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2012, revela o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
"É um reflexo do fraco ritmo da atividade econômica. No ano que vem, temos eleições e uma incerteza política no ar. Tudo contribui para um cenário mais tenso, que faz com que a confiança de consumidores e empresários seja menor", diz Alessandra.
A indústria, um dos setores que mais recrutam mão de obra, registrou recuo de 0,7% nascontratações no primeiro semestre, apesar do
bom desempenho dos segmentos de bens de capital (máquinas, equipamentos e veículos pesados) e bens duráveis.
"O crescimento da produção de bens de capital foi resultado do programa do governo de IPI reduzido, da taxa de juro mais baixa e também da safra recorde de grãos", explica André Luiz Macedo, do IBGE.
No caso dos duráveis, foram os automóveis que garantiram o avanço. Mas as categorias bens intermediários (itens usados na
fabricação de outros produtos) e bens semi e não duráveis (como calçados, roupas e alimentos) não tiveram bons resultados. Juntas,
elas respondem por 80% da produção.
Saiba como esse quadro vai influenciar as contratações e demissões no segundo semestre a seguir.  
As oportunidades e as armadilhas do segundo semestre
Confira o panorama do mercado de trabalho em alguns segmentos da economia
Óleo e gás
O momento: O setor está aquecido desde 2007, com a descoberta do pré-sal, transformando-se em uma das áreas que mais contratam e melhor remuneram. Com o déficit da Petrobras, o momento não é de grandes contratações, mas prevalece a demanda por mão de obra qualificada. Os salários seguem altos, mas devem se estabilizar.
Perspectivas: A 11ª rodada de licitações para exploração de petróleo e gás, realizada em maio, e a 12ª rodada, prevista para novembro, devem reaquecer o setor. 
Bens duráveis e de capital 
O momento: Cinco anos atrás, essa indústria contratou muito por causa do aquecimento da economia, alavancando os salários. A redução do imposto sobre produtos industrializados (IPI) e da taxa de juro tem mantido esse segmento um pouco mais otimista.

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